História da devoção ao Divino Salvador
Após uma primeira incursão mal sucedida, chega ao Brasil, em 1901, o padre Felisberto Schubert com o intuito de estabelecer, no Rio de Janeiro, uma comunidade salvatoriana em definitivo. Com o empenho dos fiéis, em especial do Apostolado da Oração da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, paróquia assistida pelo padre Felisberto, em 1908 é comprado o terreno para construção da futura igreja. Dada a importância do Apostolado no processo e à devoção da comunidade, o futuro templo seria dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.
No entanto, seis meses após o lançamento da pedra fundamental, foi inaugurada, na Glória, zona sul carioca, a paróquia com esse padroeiro. Em virtude disso, a arquidiocese pediu que a igreja da Piedade tivesse outro título. Com o sucesso eminente da comunidade, foi proposto que a igreja fosse dedicada ao padroeiro da congregação à qual os padres pertenciam: o Divino Salvador.
Assim, foi solicitada a confecção da imagem do padroeiro para o templo recém-inaugurado em 1910. Impossibilitados de titular a igreja com o Sagrado Coração, resolveram que o Divino Salvador, em Piedade, teria o Sacratíssimo Coração incrustado no peito. Além do braço erguido e aberto, representado a acolhida de todos, a salvação universal, a imagem trazia também a cruz com a inscrição que apareceu em sonho a Constantino - imperador romano que permitiu o culto cristão – “In hoc signo vinces”.
Quando a igreja, na década de 1940, foi ampliada, o Divino Salvador foi erguido e posto em um nicho sobre o altar-mor, em cuja base ficavam as imagens de São Sebastião, Santo Expedito, São Geraldo e São Vicente de Paulo. Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, foi feito um novo altar adequado às novas normas e o padroeiro é descido e posto sobre um pedestal de pedra. Na parede em que havia o nicho, é feita a pintura que torna literal a doutrina do Divino Salvador. O responsável pela concepção do painel modernista foi o padre salvatoriano alemão Ivo Schaible.
Passado algum tempo, a imagem do padroeiro perde seu espaço no presbitério e, na base em pedra, é instalada uma cruz. O Salvador vai para o antigo batistério, na entrada da igreja, onde também foi colocado um segundo sacrário. Lá ele permaneceu até o início dos anos 2010, quando o padre Antônio Neto, pároco da época, restaurou a posição no presbitério, onde o Divino Salvador permanece até hoje.


